CSC - Dia 07 - Castrojeriz a Bercianos del real Camino

Ontem a noite eu postei noticias de um bar perto do albergue. A idéia era postar e sair pra um restaurante ou lugar que servisse jantar. Enquanto a máquina descarregava as fotos pro blog (naquela velocidade), pedi uma cerveja e um bocadillo, nessa comecei a conversar com o dono do bar e com um funcionário. Outros clientes foram embora, acabei de usar a internet e pede outra cerveja e ganha uma de brinde do simpático dono do lugar, até que eles pararam pra jantar e, literalmente, tiraram do próprio jantar para montar uma porçao pra mim. Excelente fim de noite, bom papo (misturando portugues, jà que um deles è de Portugal) e um excelente jantar compartilhado.

Hoje pela manha fui acordado pelo funcionàrio do albergue, eles acordam bem cedo e oferecem um café aos peregrinos. Tomei o café com leche e bolachas com geléia, um papo, análise dos mapas afixados na parede do refeitorio (inclusive um incrível em 3D) e saí pro pedal.

Sabia que a subida mais desafiadora do caminho era logo no começo e o resto seria tranquilo. Subi sem economizar as pernas e depois fui presenteado com uma descidinha bem veloz rumo a Puente Fitero. O caminho de hoje foi bem plano, por estradas em sua maior parte acompanhando a carretera, ou seja, sem grandes atrativos visuais e um pouco entendiante, só restava pedalar, foi o que fiz. Senti que a relaçao da bike estava fazendo muito barulho e fiz uma parada em Fromista pra lavar e lubrificar (nessa de chegar no albergue e guardar a bike no local indicado pelos hospitaleiros, nao estou dando limpeza ou qualquer outro cuidado com a bike). Depois de Fromista continuei pelo mesmo tipo de caminho, estrada de terra, asfalto, estradinha, sempre bem plano e na maior parte das vezes acompanhando a carretera. Passa um povoado, outro, entrando em Carrion de los Condes um brasileiro me diz que tem visto poucos brasileiros (nao sei em que caminho ele está, o que vejo sao só coreanos e brasileiros, rs). Carrion é uma bela cidade e tinha pensado em almoçar lá, mas cheguei muito cedo e resolvi seguir para Calzadilla de la cueza. Na saída encontrei com um casal do Brasil de bike (e o cara me diz que tem pouco, rs) e segui pela entediante estradinha atè Calzadilla. Náo foi uma escolha muito boa para almoço, a qualidade dos pratos nao estava tao boa (primeira experiencia ruim nesse aspecto) e pelo menos deu pra descansar e matar a fome. Nesse lugar vi um senhor fazendo o caminho com uma bike dobravel. No principio achei ele meio ousado, mas depois entendi que ele esta fazendo um misto de a pé e bike, no sufoco empurra ou carrega a dobravel e nas descidas e trechos faceis vai pedalando.

De barriga cheia e percebendo que o sol nao daria muita tregua, segui pelas estradinhas e fui passando os pueblos. Ledigos... Terradillos de los Templanos... Morainos.. S. Nicolas del Real Camino.. até chegar em Sahagun, onde decidiria se ficava ou continuaria ate o proximo pueblo. Sahagun è uma cidade um pouquinho maior e nao fui muito com a cara, segui até Bercianos del Real Camino. Melhor opçao do dia! Estou hospedado no albergue paroquial, onde serviram um jantar coletivo, compatilhado.. fantástica experiencia! Na verdade o albergue já nao tinha mais cama e estou num colchonete no chao. Num colchonete proximo esta uma brasileira, na recepçao tinha outra brasileira e na hora do jantar.. sim.. mais uma.. além disso coreia e alemanha dominando.

Detalhe 1 - os nomes das praças e ruas se repetem em varias cidades e quase nunca condizem com o que nomeiam. Plaza Mayor muitas vezes é a menor. Calle Real as vezes é a mais mal tratada. rs.

Detalhe 2 - Hoje pedalei uns 97 km e passei da metade do caminho. Estou ao mesmo tempo feliz e triste. Estou conseguindo, mas já está dando saudade.

Detalhe 3 - Em Carrion vi uma agencia do banco "la caixa". Fui tirar uma foto pra enviar por whatsapp pra uma prima que trabalha na Caixa e um solícito morador local começou a me mostrar a igreja/museu que fica em frente. kkkk.. acho que ele entendeu que eu estava admirando o banco e ignorando a bela construcao ao lado. kkk Expliquei a ele do que se tratava, ele entendeu e ainda batemos um papo rápido. Acabei entrando no tal museu, tem algumas peças da igreja expostas, gostei daqueles "livrao antigo" e de subir na torre do sino. (nego sem cultura é foda.. rs). A moça do museu ficou espantada com a velocidade que subi as escadas e expliquei pra ela que estou de bici. Ela disse que estou treinado e só bati na perna, deixa mais essa iludida achando que sou bom de pedal. rs.