CSC - Dia 15 - Dumbría - Muxía - Finisterre

Sim.. cheguei ao fim do mundo (aos interessados, googada em Fisterra ou Finisterre).

Saí de Dumbria e me surpreendi em como o caminho tinha poucos peregrinos, creio que o caminho pra Muxia é mais vazio que o para Finisterre diretamente. Alguns trechos o mato estava até começando a tomar conta do caminho. Mesma toada.. asfalto.. trilha.. pueblo.. sobe.. desce... inclusive ingratas subidas em trilha com descidas pelo asfalto na sequencia... coisas do caminho, rs. Em um ponto em que o caminho atravessa a estrada passou um onibus e o motorista me cumprimentou de forma muito veemente, olhei e vi que era o dono do bar onde vi o jogo e jantei na vespera. kk.. Sujeito gente boa e também muito trabalhador pelo visto. O melhor ainda estava por vir, quando faltava cerca de 8 km para Muxia, em uma descida por estradinha de terra que vira asfalto, quando veio um dos melhores momentos dessa viagem, a vegetacao que tampava o horizonte sumiu e a imensidao azul do oceano Atlantico bem na minha frente. Fiquei surpreso, feliz, empolgado. Tentado a desviar do caminho pra chegar na beirada, mas segui firme para Muxia onde sabia que "tocaria a água". Depois de 8 quilometros empolgado, com algumas boas vistas para o mar, cheguei a Muxia, toquei a água do Atlantico e deixei o banho de mar para um pouco mais tarde, fui ansioso conhecer a parte onde fica o Santuario da Barca e a vista deslumbrante do local. Já dentro da cidade um motorista percebeu minha indecisao sobre por onde seguir e parou pra me explicar onde estava e me deu um mapa da cidade. Junto ao mapa fez um leve merchan do seu café e me deu um cartao. Após o turismo e do rolé por Muxia eu fui no Café do tal cara, que é gente boníssima. Quando estava lá, uma das pessoas que entra me cumprimenta como se me conhecesse, demorei alguns segundos e vi que era o dono (ou funcionario, nao sei ao certo) do restaurante em Olveiroa. Bati um bom papo com o cara de Olveiroa e com o dono desse bar, comi e bebi bem! Depois de ficar muito tempo nesse bar, parti pra Finisterre e nos primeiros quilometros encontrei um brasileiro, ao qual passei o mapa que havia ganhado e a dica do bar (Café 91, Rua Encarnacion, 7). Segui pelo caminho, cruzando por algumas pessoas fazendo o sentido inverso e quando me dei conta começou a ter vista para o mar do lado esquerdo (até entao era do lado direito). Percebi que estava entrando na peninsula onde fica Finisterre. Cheguei na cidade e nem quis saber de albergue ou nada, fui direto pro farol, que é uma boa subidinha pelo asfalto. Cheguei ao Fim do Mundo!! Fotos, cerveja, bocadillo, sentei, apreciei a paisagem, vi alguns peregrinos deitando e quase morrendo ao lado do marco com quilometro 0,00. Enfim, que sensaçao ducaraleo. Depois de curtir esses momentos, desci novamente para a cidade e fui pra praia tomar meu banho de mar, aqui è uma praia bem de mendigo, pequenininha, rs, deveria ter ido na de Muxia mesmo, pelo menos tinha uma molequada se divertindo até e animando. Tá valendo, lavei a alma.

Como conclui o caminho de Santiago e Finesterre sem problemas e sem atrasos, ainda nao sei qual a programaçao a partir de amanha. Dependendo do animo e do tempo (parece que deve começar a chuver aqui nos proximos dias) eu vou para a Cascata que cai no mar ou sigo o plano inicial e pego o onibus pra Santiago e trem pra Portugal!

ULTREYA! Más Allá!